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Um processo que estimula um óvulo a entrar em desenvolvimento embrionário, sem ter sido fertilizado antes, sugere uma nova forma de produzir células-tronco, pelo menos para alguns pacientes. Pesquisadores, escrevendo na edição online da revista Science, relatam como obtiveram células-tronco a partir de óvulos não-fertilizados de camundongo.
A equipe agora se volta para trabalhar com óvulos humanos, mas ainda há diversos problemas que precisam ser resolvidos.
Células-tronco podem se desenvolver em diversos tipos de tecido. Descobrir como produzi-las tornou-se um importante foco de pesquisas, já que essas células poderiam, um dia, reparar tecidos perdidos ou danificados do corpo.
Mas o trabalho também traz um dilema ético, já que os métodos atuais de obtenção dessas células requer a destruição de um embrião humano. Por motivos morais e religiosos, o presidente dos EUA, George W. Bush, impôs severos limites ao financiamento público dessas pesquisas.
O novo estudo, liderado pelo médico George Q. Daley, usa um processo conhecido como partenogênese, no qual uma série de tratamentos químicos é usada para estimular um óvulo não-fertilizado a iniciar o desenvolvimento embrionário.
O novo trabalho foi saudado pela diretora da Bedford Research Foundation, que também estuda células-tronco, Ann Kiessling. A idéia de iniciar o desenvolvimento sem fertilização não é nova, disse ela, mas a pesquisa atual avançou mais um passo, gerando as células-tronco. Kiessling, que não tomou parte no trabalho publicado na Science, disse que o estudo deverá estimular outros cientistas a tentar o procedimento em óvulos humanos.
A célula-tronco gerada dessa forma é uma combinação genética da doadora do óvulo, e portanto não será rejeitada pelo sistema imunológico. Mas usar óvulos significa que essas células só funcionarão com pacientes do sexo feminino.
Há procedimentos para gerar células-tronco a partir do esperma, mas cientistas dizem que são métodos difíceis e ineficientes.
Células-tronco desenvolvidas por partenogênese têm a chamada expressão alterada de alguns genes. Certos genes agem de forma diferente, dependendo se chegam ao embrião pela via paterna ou materna, e no caso das células-tronco feitas a partir de óvulos, os esses genes existem sob a forma de duas cópias maternas. Essa situação já foi associada a Câncer e problemas de desenvolvimento.
Questão ética
Existem principalmente duas formas de se fazer a coleta de células-tronco no corpo humano: a primeira é retirá-las do cordão umbilical no momento do nascimento dos bebês; e a segunda, usar embriões. Mas, para se obter o material por meio desse procedimento, é preciso destruir o embrião, o que implica na morte de uma forma de vida.
A bioética, que defende as causas morais envolvidas na manipulação da vida pela medicina, é contra a obtenção de células-tronco por meio de embriões, que poderiam ser criados em laboratório especificamente para essa função. Por esse motivo, o recolhimento do sangue de cordão umbilical é uma alternativa viável para o impasse ético que assola a comunidade científica com relação a esse tema.Por Tais Laporta - Medical Press
• Biologia básica do desenvolvimento - compreensão do desenvolvimento humano normal e anormal;
• Estudo das doenças humanas em modelos animais - células-tronco de ratos poderiam incorporar genes humanos mutados (i.e., com erros genéticos) de doenças em particular;
• Cultura de linhagens celulares especializadas - poderiam ser utilizadas para estudos de farmacologia e testes toxicológicos, por exemplo, pela verificação de como populações puras de células especificas diferenciadas respondem a novos produtos medicinais;
• Terapia gênica - as células poderiam ser usadas como vetores para entrega de genes. Uma aplicação prática em estudos clínicos é o uso da célula-tronco hematopoiética modificada geneticamente para torná-la resistente ao HIV;
• Produção de linhagens celulares específicas para transplantes - esta é a aplicação terapêutica mais promissora das células-tronco. O objetivo maior é dirigir a diferenciação da célula-tronco pluripotente para produção de populações puras e saudáveis de tipos celulares a serem usados para reparar tecidos doentes ou injuriados, por exemplo, células do músculo cardíaco, células pancreáticas para produção de insulina, células hepáticas, células neurais e mesmo células para tratamento de algumas formas de câncer; este é o caminho para Medicina Regenerativa.
Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/celula-mae2.htm